Bonsucesso F.C

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quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Como treinar pliometria no futebol?


Para atleta mais avançado que domina técnica do salto em profundidade, o desafio será encontrar a altura ideal.
Antes de iniciar um treino pliométrico é importante que seja feito um período de adaptação. Isso porque esse tipo de treino exige grande componente neuromuscular que ao ser desprezado aumenta a chance de ocorrência de lesão.
Embora a pliometria possa ser realizada por homens e mulheres de diferentes idades e categorias, alguns cuidados precisam ser tomados.
O ponto mais crítico do treinamento pliométrico é a técnica e, por esse motivo, realizar trabalhos educativos desde as categorias de base é fundamental. Entre os exercícios educativos que podem ser realizados com esse intuito encontram-se saltitos ou saltos com uma das pernas; com as duas pernas de forma alternada ou simultanea; com ou sem flexão de joelhos; somente com flexão e extensão de tornozelos; em terrenos de aclive ou declive; sem ou com obstáculos (plintos, cones, barreiras, bancos, etc.); com ou sem mudança de direção; com deslocamento frontal ou lateral; com ou sem carga externa.Esses exercícios podem ser usados como parte de aquecimento do treino ou também podem compor uma parte específica da sessão.
Para atletas mais avançados que já dominam a técnica do salto em profundidade, o desafio será encontrar a altura ideal de cada salto. É importante lembrar que o foco desse treino é fazer com que o atleta geralmente passe por quatro fases: i – queda rápida; ii – amortecimento breve; iii – restituição de energia elástica de forma rápida, e; iv – novo salto no menor tempo possível e o mais alto possível.
Quando se tem plataformas de contato que estimam a altura do salto, determinar cada uma dessas fases fica mais simples. Para aqueles que não as possuem, a solução é encontrar a altura ideal de salto pelo método de tentativa e erro. Se esse é o seu caso, faça a observação minuciosa da técnica e verifique o que está ocorrendo com a altura do salto. Se a mesma estiver aumentando, então a altura desejada ainda não foi alcançada e mais algumas tentativas precisam ser realizadas até que você encontre a altura ótima. Se a altura do salto estiver diminuindo, então você deve cessar as tentativas e escolher o salto em que o atleta alcançou a maior altura.
Lembre-se que o contato com o solo também é importante. Mas como a olho nu este tempo de contato é imperceptível, crie condições para que seu atleta saia do chão no menor tempo que ele conseguir. Você pode pedir para ele imaginar que está saltando sobre brasas ou melhor ainda será colocá-lo para saltar em declive.
O treino deve ser breve e nos primeiros sinais de fadiga os exercícios devem ser imediatamente interrompidos. Caso isso não ocorra, a efetividade do treino será perdida e o atleta estará mais propenso a se lesionar.
Quanto ao número de vezes na semana que a pliometria deve ser praticada, alguns estudos demonstram que apenas um estímulo por semana já é capaz de melhorar algumas variáveis de performance. No geral, realizar esse tipo de treino duas vezes por semana já é mais do que suficiente. No entanto, essa quantidade irá depender das condições e dos objetivos que se tem para cada jogador.

sábado, 21 de janeiro de 2012

Propriocepção






PROPRIOCEPÇÃO:

A propriocepção é hoje uma das mais importantes fases do tratamento fisioterapêutico e vem ganhando espaço nos clubes de futebol com objetivo de prevenir lesões e proporcionar ganhos de força muscular em atletas, por isso a importância da atualização sobre este assunto. Este artigo aborda o que é propriocepção, como os receptores convergem os estímulos externos em proprioceptivos, os principais receptores articulares, tendinosos e musculares; exercícios proprioceptivos e as suas fases. Aborda ainda a neurofisiologia da lesão e da propriocepção. Este trabalho tem o objetivo de demonstrar aos leitores a importância da propriocepção na prevenção de lesões repetitivas.

NEUROFISIOLOGIA:

Sabe-se que praticamente todas as pessoas passaram, passam ou passarão um dia por algum tipo de lesão, refiro-me especialmente as lesões articulares e musculares, e boa parte dessas lesões são causadas por algum tipo de trauma que levam a pessoa ao desequilíbrio, instabilidade, e por conseqüência a lesão. Entretanto, muitas vezes uma pessoa se encontra em uma situação de total desequilíbrio e não se lesiona. Isso ocorre graças ao engrama sensorial, que é formado, de diferentes formas e individualmente, de acordo com as experiências já vivenciadas. Quanto mais e diferentes estímulos uma pessoa teve em sua vida, provavelmente terá menos lesões por falta de estabilidade, uma vez que o organismo reconhecerá aquele estimulo e desta forma rapidamente será capaz de se adaptar, gerando equilíbrio. Quando uma articulação é lesionada toda aquela memória antes formada é perdida, sendo necessário que haja formação de nova memória para evitar lesões repetitivas naquela articulação. Deve-se prevenir a formação de um engrama sensorial patológico, normalmente adquirido pela posição antálgica.
Os grandes responsáveis por todo esse processo de percepção de movimento, posição articular etc. são os receptores. Os receptores são pequenos órgãos especializados em internalizar informações obtidas do meio externo ou mesmo de enviar informações ao SNC sobre as relações do corpo com ele mesmo ou com o meio externo. "As informações partidas dos receptores, chegada rápida e corretamente ao SNC, determinará uma resposta adequada, equilibrando músculos agonistas e antagonistas, ajustando a posição ou o movimento articular". Tais informações chegam ao SNC pela capacidade que os receptores de converter diferentes formas de energia em alterações do potencial de sua membrana. Esse fato é chamado de potencial gerador. As fibras nervosas aferentes, ou seja, que levam as informações ao SNC, transformam esse potencial gerador inicial em potenciais de ação, que serão transmitidos ao longo dessas fibras até o SNC. Para cada mínimo movimento haverá uma despolarização da membrana com uma voltagem específica. O equilíbrio também é dado por esses receptores que informam constantemente ao SNC a posição articular e a velocidade do movimento através das fibras eferentes, que trazem as respostas do SNC.


TIPOS DE RECEPTORES:

Receptores articulares musculares e tendinosos Detectam alterações de tensão e posição das estruturas na qual estão localizados: ângulo articular, velocidade de movimento articular, tração articular, contração muscular e força da contração muscular. - Receptores articulares São encontrados nas cápsulas e ligamentos articulares.
São estimulados a partir da deformação. A informação destes receptores articulares notifica continuamente o SNC sobre a angulação momentânea e a velocidade do movimento da articulação.Tipo 1 São encontrados no interior da cápsula articular. Fornecem informações acerca das mudanças na posição articular. É um mecanorreceptor estático e dinâmico, dependendo da posição, pressão intra-articular, e dos movimentos articulares (ativos e passivos). Sua adaptação é lenta, sendo ativado em todas as posições articulares, mesmo com a articulação em repouso. Podem ser ativados também por tato e pressão.Tipo II São encontrados na cápsula articular. Fornecem informações sobre a velocidade do movimento. E um mecanorreceptor dinâmico. Sua adaptação é rápida e inativa em repouso. E estimulado por estímulos mecânicos rápidos e repetitivos.Tipo III São encontrados nos ligamentos. Registram a verdadeira posição articular. E um mecanorreceptor dinâmico. Sua adaptação é lenta. E estimulado com movimentos externos ativos ou passivos.Tipo IV São encontrados nas cápsulas articulares. Fornecem informações dolorosas a nível dos tecidos articulares. Sua adaptação é lenta. E ativado pelas deformações mecânicas. - Receptores muscularesFusos neuromusculares São encontrados nos músculos esqueléticos. Sinalizam o comprimento do músculo e a velocidade do movimento. Detectam as modificações no comprimento das fibras musculares extrafusais pela contração e enviam essas informações para o SNC onde se geram reflexos para manter a postura do corpo e regulam as contrações dos músculos envolvidos nas atividades motoras. As fibras intrafusais do fuso neuromuscular são envoltas por terminações nervosas anuloespirais. Quando há alongamento ou estiramento dessas fibras, as terminações nervosas sofrem deformações e são ativadas. Dai essa informação de deformação passa pelas fibras nervosas aferentes que fazem sinapse com os grandes neurônios motores do corno anterior da medula, chegam a área somestésica e voltam através dos neurônios eferentes. O estímulo é transmitido as fibras extrafusais, através das placas motoras, que então se contraem. A esse fenômeno chamamos de reflexo miotátíco O encurtamento do músculo como um todo alivia o estiramento dos fusos musculares, removendo, portanto o estimulo dos receptores.
. - Receptores tendinosos Órgão tendinoso de Golgi (OTG) Situam-se dentro dos tendões, próximos do ponto de fixação das fibras musculares. Algumas fibras se conectam diretamente com o OTO, que é estimulado pela tensão produzida por esse feixe de fibras, ou seja, quando há estiramento do tendão (ou contração muscular). A chegada destes impulsos aferentes na medula excita os interneurônios inibitórios, que por sua vez inibem os motoneurônios do músculo em contração, limitando assim a força desenvolvida e que será maior que a tolerada pelos tecidos que estão sendo estirados. Neste ponto agem como "disjuntores" do músculo. Esse fato é chamado de reflexo miotático inverso Em casos de lesões os receptores podem estar alterados, causando desequilíbrios. Devido à posição antálgica, adquirida como um mecanismo pessoal de proteção, há formação de engrama sensorial patológico. Deve-se prevenir este engrama patológico Essa articulação deve ser trabalhada o mais rápido possível para a formação de um novo engrama sadio. Isto pode ser feito através de exercícios proprioceptivos que através dos desequilíbrios estimulam os receptores a enviarem informações ao cérebro para que este envie respostas motoras na tentativa de equilibrar o corpo. Este ciclo equilíbrio/desequilíbrio atuará na formação da "memória do movimento". No SNC a informação é integrada com as que vêm dos órgãos sensoriais: retina e aparelho vestibular. Esses sentidos são usados para ajustar a localização, tipo, número e freqüência de ativação das unidades motoras, de tal modo que uma apropriada tensão muscular seja desenvolvida para efetuar os movimentos desejados.

EXERCÍCIOS PROPRIOCEPTIVOS:

São exercícios específicos que visam estabelecer o equilíbrio dinâmico das articulações. São executados mediante tomada de peso sobre a articulação e situações criadas a fim de promover a reeducação do equilíbrio. Promovem desequilíbrio músculo-articular, que proporcionam movimentos complexos e estabilizam a articulação. A importância e o objetivo destes exercícios consistem em após uma lesão provocar desequilíbrios, através de diferentes estímulos para que haja equilíbrio e conseqüente formação de novo engrama.Finalidade: - Diminuição do período de latência nervosa, ou seja, do tempo existente entre a introdução de um estímulo e uma resposta a ele. - Formação de engrama sensorial, importante para que se evite lesões repetitivas. - Aquisição de confiança por parte do paciente para voltar as suas atividades. - Importância emocional.Os exercícios proprioceptivos podem ser divididos em três fases:1. Fase ativa-estática: desequilíbrio provocado pelo fisioterapeuta, onde o paciente fica aproximadamente 40 segundos tentando reagir para manter-se equilibrado.2. Fase ativa-dinâmica: exercícios mais complexos, com adição de superfícies de apoio para execução de cada exercício.3. Fase de proteção de prática desportiva: alterna-se o ritmo, as superfícies de execução e as posições de simulações dos gestos desportivos, tendo como principal objetivo à integralização dos movimentos globais e específicos do gesto desportivo. Podem ser utilizados ainda na propriocepção aparelhos como o "skate", "cama elástica", "balancinho", "giro-plano", podem ser feitos circuitos, enfim, o mais importante para o terapeuta e ter criatividade para inventar o máximo de situações diferentes de desequilíbrio do paciente para que haja posteriormente o equilíbrio.

sábado, 14 de janeiro de 2012

Os efeitos da altitude na performance do atleta

As diferenças que existem quando um jogador atua numa determinada condição de ar mais rarefeito.

Jogar futebol em altitudes elevadas pode ser prejudicial à performance do atleta. Mas, segundo fisiologistas, a partir de uma determinada altura, não há mais tanta diferença para o corpo a rarefação do ar.

Cidade do Futebol elenca a seguir os diferentes efeitos para o corpo humano se aclimatar às diferentes condições de altitude em que se disputa uma partida de futebol. Leia a seguir:

Acima de 1.500 m

Fica muito difícil definir quais seriam os índices limites para que os chamados “efeitos da altitude” comecem a ser sentidos. Embora quase todas as pessoas se adaptem de maneira similar, existem ligeiras variações.

Nesta altitude o atleta pode não sentir efeitos clínicos, mas já tem uma sensível queda no rendimento aeróbio. O atleta sente dificuldade para respirar, decorrente da pressão barométrica mais baixa e o oxigênio fornecido ao músculo é reduzido. O resultado disso é um maior consumo de carboidratos e de fontes de energia, “cansando” mais rapidamente o profissional.

Acima de 2.400 m

Além das sensações de queda de rendimento físico, acima destas altitudes começam a ficar mais perceptíveis os problemas físicos. É onde começam os índices de aparecimento do “mal agudo das montanhas”.

Este mal é considerado como o mais comum entre os problemas causados por altas altitudes. Pode aparecer dentro de um período de 12 até 48 horas de exposição à altitude.

Os sintomas desta doença são a sensação de fadiga, a cefaléia (dor de cabeça), perda de apetite, náuseas, enjôo e a respiração ofegante. Estes sintomas desaparecem dentro de alguns dias na maioria das pessoas.

Acima de 2.700 m

Começa a fase crítica. Todos os problemas já citados são agravados acima desta altitude. O “mal agudo das montanhas”, por exemplo, pode evoluir para condições muito mais graves e que são a maior preocupação dos médicos nos casos de prática de exercícios de alta intensidade.

Uma das doenças mais graves é o edema pulmonar de altitude (High Altitude Pulmonary Edema). Esta doença se desenvolve dentro de um a quatro dias de exposição. Ocorre uma passagem de líquido do sangue para os alvéolos (pulmões). A dificuldade para respirar é intensa e, além disso, a pessoa apresenta um quadro de tosse intensa acompanhada de secreção de escarro com sangue. Esta doença, durante muitos anos, foi diagnosticada erradamente como pneumonia, devido à semelhança de sintomas. Sua evolução é rápida e ela pode causar a morte do paciente.

O maior temor dos médicos, porém, é o edema cerebral da altitude elevada (High Altitude Cerebral Edema), que é causado pelo acúmulo de líquido no cérebro. Esta doença também se desenvolve dentro de um a quatro dias, podendo ser precedida do “mal agudo das montanhas” e do edema pulmonar de altitude.

Um sinal de alarme precoce é a ataxia (dificuldades para caminhar). A perda de coordenação motora também é um sintoma comum. A dor de cabeça intensa e até alucinações também pode ocorrer. Em poucas horas a doença pode evoluir para um quadro fatal. Quanto maior for a altitude, maior é o risco.

Quando constatada a ocorrência destras doenças, o procedimento mais adequado é retirar o paciente da altitude elevada imediatamente. Ainda que o atleta não apresente seqüelas graves após um jogo em grandes altitudes como nas cidades de La Paz ou Quito, é possível que ele tenha sido acometido parcialmente pela doença.

Bibliografia

SAFRAN, Marc R.; McKEAG, Douglas B.; CAMP, Steven P. Van. Manual de Medicina Esportiva. Editora Manole, 2002.

MAUGHAN, Ron; GLEESON, Michael; GREENHAFF, Paul L. Bioquímica do Exercício e do Treinamento. Editora Manole, 2000.

Texto: Rubem Dario