Bonsucesso F.C

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quarta-feira, 14 de outubro de 2009

A IMPORTÂNCIA DO FUTEVÔLEI NOS TREINAMENTOS DE FUTEBOL PARA OS ATLETAS

De que forma essa tradicional prática das praias pode beneficiar os futebolistas profissionais?

Professor Alexandre Julião

Esta “modalidade esportiva” foi criada em 1965, nas areias de Copacabana, no Rio de Janeiro, para burlar a policia da proibição de jogar futebol e linha de passe na praia. A atividade era praticada numa área semelhante a uma quadra de vôlei com rede e campo delimitado, o que era permitido. Um dos seus fundadores foi o jogador Almir Pernambuquinho, seguido de Vavá (que jogou a Copa do Mundo de 1962) e muitos outros jogadores, como Doval, Edinho, Júnior, Cláudio Adão, Romário, Renato Gaúcho, dentre outros.
Trata-se de uma modalidade que apresenta um grau de dificuldade enorme, desde a areia pesada até a alta técnica necessária para recepção, passe e ataque ao campo adversário. Dificilmente um atleta com limitações técnicas consegue praticar o futevôlei. A habilidade (ou a falta dela) é fácil de ser detectada por qualquer pessoa, pois a bola foge do controle ao menor erro técnico.
É preciso controlar a técnica com a força, com a direção bem controlada, antever o que o adversário pretende realizar, oferecendo ao atleta a oportunidade de desenvolver habilidades que o ajudarão a levar uma grande vantagem para a prática do futebol.
Alguns clubes de futebol estão utilizando o futevôlei como complemento de treinamento técnico, na sua maioria praticada na caixa de areia utilizada para treinamento físico - os atletas procuram praticar antes ou após os treinos.
Uma recomendação é que o futevôlei seja realizado numa quadra com grama e de chuteiras. Assim, estaríamos praticando mais próximo da realidade do jogo de futebol. Nesse sentido seria também conveniente a presença de um membro da comissão técnica para realizar aquecimento e monitorar a carga do treino.
Alguns ganhos técnicos que o futevôlei proporciona podem ser levados para os jogos de futebol, como os citados abaixo:
1-Controle na força e direção nos cabeceios, principalmente ofensivos. Nos cabeceios defensivos, melhora da direção na troca de passes.
2-Controle de força e direção no passe de primeira com a parte interna do pé.
3-Melhora da técnica de passe das bolas altas com o peito e coxa.
4-Melhora da técnica de finalização com a parte interna do pé, principalmente quando a bola se encontra mais próxima à baliza adversária.
5-Aumento do controle da técnica e força nas finalizações por cobertura na saída dos goleiros.
6-Melhora da técnica defensiva para as bolas de variadas alturas.
7-Aprimoramento da “leitura” de jogadas possíveis do adversário.
8-Estímulo do nível de criatividade em relação às técnicas de jogo.
Esses ganhos são observados claramente nos atletas de futebol profissionais. Um exemplo clássico é Romário, praticante assíduo de futevôlei e que fez muitos gols de cabeça e de pé, sem dúvida beneficiado pela prática dessa modalidade. Júnior, ex-lateral esquerdo da seleção brasileira, fez belas jogadas no futebol e no futebol de praia pela prática frequente do futevôlei. Carlinhos Bala é outro atleta que, apesar de sua baixa estatura, faz muitos gols de cabeça, favorecido pela prática dessa atividade.
Quanto à forma de prática, o futevôlei deve ser preferencialmente praticado em terreno gramado, com chuteiras e com a bola que é usada na competição de futebol, mas nada impede de se fazer outras adaptações dependendo dos objetivos a serem atingidos. Podem também ser estimulados campeonatos internos, de caráter recreativo, inclusive com a participação dos membros da comissão técnica, como forma de integração, motivação e também jogado em duplas, trincas etc.
O jogo pode ainda ser realizado com a rede baixa, podendo a bola dar um toque no solo por ataque em cada lado do campo. Cada atleta poderá dar um ou dois toques na bola. Enfim, as regras e adaptações podem ser feitas ou modificadas de acordo com o objetivo da comissão técnica, conforme já destacamos.
O controle das atividades, com quaisquer características, via de regra, deve ficar a cargo dos profissionais responsáveis (treinador, preparador físico, assistente) pela programação dos treinamentos, procurando, assim, evitar-se os excessos.
Enfim, entendemos que de forma geral o futevôlei constitui-se em prática que deve ser estimulada em face de seus inúmeros e inegáveis benefícios aos jogadores de futebol.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

TREINAMENTO DE FORÇA PARA CARDIOPATAS


O diagnóstico das cardiopatias passa primeiramente por um exame clínico (anamnese + exame físico), que pode ser complementado com testes cardiológicos de menor ou maior complexidade e custo. O eletrocardiograma de repouso, o raio X de tórax, o teste de esforço em esteira ou bicicleta e o ecocardiograma são os exames mais comumente solicitados pelos cardiologistas.
Em algumas situações, é solicitado o ecocardiograma transesofágico ou cintilografia miocárdica ou cineangiocoronariografia. A maior parte destes exames são indolores e não invasivos, sendo seguros para os pacientes.
O paciente cardiopata pode realizar exercícios físicos, desde que seja feita uma avaliação prévia realizada por cardiologista ou por médico do esporte habilitado em questões cardiológicas. O médico irá avaliar individualmente qual o melhor tipo de exercício a ser realizado, assim como a intensidade do mesmo. O ideal é que o cardiopata tenha o apoio tanto do educador físico, quanto do médico para a realização de seu programa de atividade física.
Segundo Stein, o teste de exercício em esteira ou bicicleta (ergometria ou ergoespirometria) é indicada para cardiopatas que desejam iniciar um programa de exercício físico. ``Existem programas de reabilitação cardíaca que servem para inserir ou re-inserir o exercício na vida de alguém que apresentou um evento cardíaco. Nestes, o exercício aeróbico de baixa a moderada intensidade e longa duração é a escolha``, acrescenta o médico.
``Os exercícios de alta intensidade devem ser evitados, salvo em situações especiais. Alongamento, flexibilidade e exercícios com pesos (carga baixa e várias repetições) também devem ser incentivados. Em suma, a atividade física quando realizado de forma regular e crônica é um fator de proteção para o paciente com cardiopatia estável``, complementa.
O recomendável é que homens a partir dos 35 anos e mulheres a partir dos 45 anos sejam submetidos a um exame de pré-participação para prática esportiva. Na Itália, por exemplo, a lei obriga que todos os atletas passam por avaliações pelo menos anuais. Tanto em atletas quanto em não-atletas, essa avaliação deve ser preferencialmente realizada por médico com formação em exercício e tem como objetivo fazer um apanhado clínico do indivíduo que irá auxiliar na promoção da saúde, na performance, além de poder reduzir possíveis riscos.
A morte súbita relacionada ao exercício é um evento muito incomum. O problema consiste no fato de que, quando um atleta é vitimado e a sua agonia é transmitida em tempo real e re-transmitida milhares de vezes pela televisão ou Internet, acaba-se criando uma idéia de que todos podem cair fulminados a qualquer momento, seja no futebol com os amigos ou em uma caminhada na praça.
Na verdade, todos esses atletas apresentavam algum tipo de doença cardíaca prévia, tendo um coração anormal (a maior parte deles era portadora de uma doença conhecida como miocardiopatia hipertrófica assimétrica).
A grande maioria dos atletas é formada por pessoas sem doença e que têm um risco minúsculo de morrer subitamente (aqui cabe uma analogia com os acidentes aéreos ¿ são milhares de vôos todos os dias, mas quando um avião cai existe um frenesi que gera insegurança e muita fantasia - assim como andar de avião é seguro, fazer exercício com regularidade também é um fator de proteção, tanto para saudáveis quanto para cardiopatas). Por outro lado, deve-se salientar que o sedentário que se expõe ao exercício vigoroso apresenta maior risco de morrer subitamente do que aquele que se exercita regularmente. O maior risco está em não fazer exercício.
Por definição, a morte súbita relacionada ao exercício é aquela que ocorre por causa cardíaca, de forma inesperada, em até uma hora após a interrupção do esforço físico, excluindo-se os esportes com risco inerente como montanhismo, paraquedismo, vôo livre em asa delta, entre outros. Abaixo dos 35 anos a principal causa de morte súbita é a miocardipatia hipertrófica assimétrica. Já acima dos 35 anos a cardiopatia isquêmica é a doença mais implicada.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

PREPARAÇÃO FÍSICA DE GAROTOS DE BASE MERECE ATENÇÃO ESPECIAL

Preparadores devem priorizar as atividades aeróbicas nos treinamentos

Cada vez mais os campeonatos de base ganham destaque no cenário internacional do futebol. Recentemente a CBF convocou uma seleção sub-13 para disputar um torneio amistoso no Catar e a Copa do Mediterrâneo na Espanha. A participação de meninos em torneios internacionais levanta o tema sobre quais os cuidados que se deve ter quanto à preparação física.Como os atletas estão em fase de crescimento, o esporte competitivo pode ocasionar danos.
Os treinamentos devem ser feitos com extremo cuidado. Cargas excessivas durante as atividades musculares podem prejudicar o desenvolvimento futuro das crianças, principalmente no ritmo do crescimento em altura e no desenvolvimento somático.O aparelho locomotor é outra região gravemente atingida por atividades físicas intensas. Ele pode sofrer "fraturas espontâneas" ou uma resistência desproporcional entre a parte óssea e a hipertrofia muscular apresentada.Os ossos também podem ser vítimas de alterações estruturais, que também podem acontecer no aparelho capsuligamentar das articulações, em caso de treinamento esportivo intenso realizado por longos espaços de tempo.Para grande parte dos fisiologistas o mais indicado é a realização de treinamentos de média intensidade e longa duração, no caso das atividades aeróbicas. As ações anaeróbicas, de curta duração e alta intensidade, devem ser evitadas ao máximo.O treinamento aeróbico prepara a criança para futuras sobrecargas de treinamento esportivo (já quando estiver com idade mais avançada). Além disso, provoca o aumento da capacidade aeróbica máxima.Esse tipo de atividade também atua em caráter preventivo. Indivíduos com capacidade aeróbica máxima elevada têm menos incidência de problemas cardiovasculares. Outra vantagem das atividades aeróbicas é que elas podem ser transformadas em brincadeiras, reduzindo o risco do treinamento cair na rotina e desmotivar os garotos. Brincadeiras infantis mesmo, como os tradicionais "pega-pega", "bandeirinha", "alerta", e tantas outras, são excelentes alternativas.
Ações que aliem a bola com uma "correria organizada" também podem ser bastante úteis. Os jogos em campos reduzidos são indicados por aliar aspectos aeróbicos com outros fatores como velocidade de raciocínio, além de ser um bom treinamento de fundamentos também.
Independente dos métodos de treinamento escolhidos, desde que condizentes com a idade dos atletas, é de suma importância que sejam feitos exames médicos regulares, para um acompanhamento constante dos garotos. Essa prática pode prevenir uma série de complicações de deficiências orgânico-funcionais.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

MATURAÇÃO BIOLÓGICA X DESEMPENHO FÍSICO

A maturação refere-se ao momento e ao cronograma do progresso para o estado biológico maduro. As pessoas mudam consideravelmente na sua constituição durante a maturação. A distinção fundamental entre crescimento e maturação é que o crescimento está focado no tamanho e maturação está focada no progresso ou taxa para se alcançar o tamanho (GALLAHUE & OZMUN, 2003). O crescimento e maturação são essencialmente processos biológicos, enquanto que o conceito de desenvolvimento tem um alcance mais amplo e envolve domínios, principalmente, do comportamento (FONSECA, 1988).
A atividade física é importante no estilo de vida da criança e adolescência e pode ter muitas formas, incluindo atividade de lazer, exercício, educação física na escola, e esportes organizados. Acredita-se que a atividade física durante a infância tenha influência benéfica na saúde do indivíduo na vida adulta. O comportamento do movimento são substratos da atividade física na qual são importantes para o crescimento do indivíduo e desenvolvimento funcional. A atividade física regular, por exemplo, normalmente é necessária para o ótimo desenvolvimento da capacidade de trabalho e potência do indivíduo (KOLB & WHISHAW, 2002).
As características do desempenho físico da criança estão relacionadas, em parte, ao seu crescimento, maturidade e desenvolvimento. O desenvolvimento do autoconceito é um aspecto geralmente negligenciado durante a infância e adolescência. Comumente é levado apenas em consideração em nível de crescimento biológico e maturação da criança. Por exemplo, sendo muito tardio ou precoce na maturação biológica (SCHIMIDT & WRISBERG, 2001).
A adolescência é o período mais difícil de definir em termos de idade, devido à variação no momento de seu início e término. Fica em média, o início e término, entre oito e 19 anos nas meninas e, entre 10 e 22 anos nos meninos (FONSECA, 1988). Em geral o padrão de crescimento e maturação é similar de um indivíduo para o outro. Existe uma considerável variabilidade individual no tamanho atingido e no tempo decorrido no crescimento e maturação nas diferentes idades.