Bonsucesso F.C

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quarta-feira, 30 de setembro de 2009

TREINAMENTO DE FORÇA PARA CARDIOPATAS


O diagnóstico das cardiopatias passa primeiramente por um exame clínico (anamnese + exame físico), que pode ser complementado com testes cardiológicos de menor ou maior complexidade e custo. O eletrocardiograma de repouso, o raio X de tórax, o teste de esforço em esteira ou bicicleta e o ecocardiograma são os exames mais comumente solicitados pelos cardiologistas.
Em algumas situações, é solicitado o ecocardiograma transesofágico ou cintilografia miocárdica ou cineangiocoronariografia. A maior parte destes exames são indolores e não invasivos, sendo seguros para os pacientes.
O paciente cardiopata pode realizar exercícios físicos, desde que seja feita uma avaliação prévia realizada por cardiologista ou por médico do esporte habilitado em questões cardiológicas. O médico irá avaliar individualmente qual o melhor tipo de exercício a ser realizado, assim como a intensidade do mesmo. O ideal é que o cardiopata tenha o apoio tanto do educador físico, quanto do médico para a realização de seu programa de atividade física.
Segundo Stein, o teste de exercício em esteira ou bicicleta (ergometria ou ergoespirometria) é indicada para cardiopatas que desejam iniciar um programa de exercício físico. ``Existem programas de reabilitação cardíaca que servem para inserir ou re-inserir o exercício na vida de alguém que apresentou um evento cardíaco. Nestes, o exercício aeróbico de baixa a moderada intensidade e longa duração é a escolha``, acrescenta o médico.
``Os exercícios de alta intensidade devem ser evitados, salvo em situações especiais. Alongamento, flexibilidade e exercícios com pesos (carga baixa e várias repetições) também devem ser incentivados. Em suma, a atividade física quando realizado de forma regular e crônica é um fator de proteção para o paciente com cardiopatia estável``, complementa.
O recomendável é que homens a partir dos 35 anos e mulheres a partir dos 45 anos sejam submetidos a um exame de pré-participação para prática esportiva. Na Itália, por exemplo, a lei obriga que todos os atletas passam por avaliações pelo menos anuais. Tanto em atletas quanto em não-atletas, essa avaliação deve ser preferencialmente realizada por médico com formação em exercício e tem como objetivo fazer um apanhado clínico do indivíduo que irá auxiliar na promoção da saúde, na performance, além de poder reduzir possíveis riscos.
A morte súbita relacionada ao exercício é um evento muito incomum. O problema consiste no fato de que, quando um atleta é vitimado e a sua agonia é transmitida em tempo real e re-transmitida milhares de vezes pela televisão ou Internet, acaba-se criando uma idéia de que todos podem cair fulminados a qualquer momento, seja no futebol com os amigos ou em uma caminhada na praça.
Na verdade, todos esses atletas apresentavam algum tipo de doença cardíaca prévia, tendo um coração anormal (a maior parte deles era portadora de uma doença conhecida como miocardiopatia hipertrófica assimétrica).
A grande maioria dos atletas é formada por pessoas sem doença e que têm um risco minúsculo de morrer subitamente (aqui cabe uma analogia com os acidentes aéreos ¿ são milhares de vôos todos os dias, mas quando um avião cai existe um frenesi que gera insegurança e muita fantasia - assim como andar de avião é seguro, fazer exercício com regularidade também é um fator de proteção, tanto para saudáveis quanto para cardiopatas). Por outro lado, deve-se salientar que o sedentário que se expõe ao exercício vigoroso apresenta maior risco de morrer subitamente do que aquele que se exercita regularmente. O maior risco está em não fazer exercício.
Por definição, a morte súbita relacionada ao exercício é aquela que ocorre por causa cardíaca, de forma inesperada, em até uma hora após a interrupção do esforço físico, excluindo-se os esportes com risco inerente como montanhismo, paraquedismo, vôo livre em asa delta, entre outros. Abaixo dos 35 anos a principal causa de morte súbita é a miocardipatia hipertrófica assimétrica. Já acima dos 35 anos a cardiopatia isquêmica é a doença mais implicada.

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